sexta-feira, 11 de julho de 2008

FILHO DO VAZIO

Filho deserdado e sem genitor,
Órfão do vazio...
Deformado do nada frio,
Sem qualquer calor.

Sem qualquer resquício do gerador.
Chega a ser alívio consolador
O decreto de morte expedido
Para o motor que tem expelido

Todo o combustível
Sem nenhum pudor,
Plano infalível!

Pois Agora acabou!
Será a vida isso,
E ninguém me falou?

quinta-feira, 10 de julho de 2008

SOBRADO

O compasso furtivo do sol
Mais lento do que o pêndulo
Suíço,é elevado trêmulo
Como um feixe vermelho lento
Que na madrugada azul raiou

E as horas que levam seu tato
São surdas para o grito
Abandonando seus traços ao
Longo desse caminho,qual
Por escolha própria eu sigo

Quase obcecado pelos olhos de Ísis
Cuja paixão suprimida pelas pálpebras
Cansadas de há muito chorarem lágrimas
Secas e salgadas e mudas por Osíris
Tanto penaram frustrações e lágrimas
Invejas e mágoas, desenganos horríveis

Tanto visaram o próprio eu
Na frente do espelho morreu
O fantasma da alma, nasceu
Uma nova corrente na frente
Desse rosto que se encara

Arrastando o cadáver do passado
Corrente pesada, passado pesado
Junto com os traços, em todos os rastros
Eu miro para apontar meu destino
E assim seguí-lo.