quinta-feira, 23 de outubro de 2008

CRISE

Crise

A lua à deriva no céu do escuro ao azul claro
A obrigação que tenho é tão logo encarcerada
A inspiração é sufocada pelas pálpebras cansadas
A festa, de longe, parece uma galáxia

Noite

A garrafa permanece assim silenciosa
A festa faz fagulha e faísca, nebulosa
A pedra em que jazo é tácita, concreta e fria
A terra amarela e suja, cheia de estrias

Tarde

É por onde sopra macia a brisa morosa
E o meu faro, paro, sinto, perfumada
Tentadora, cheirosa lembrança da música abafada
Pela distância... A dança da – e na – Via-láctea

Dorme

O dia raia, mas mesmo a enxaqueca fica
E as contas debutaram em dívidas
A festa é escombros, o chão é tipo um lixão
A pedra é quente e a garrafa vazia
Feito a grande via-láctea na ressaca
Que quebra em cósmicas e vívidas
Explosões, findou a festa, mas radiações
Perduram, assim como o cansaço –
assim como Zaratustra dizia –.

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