quarta-feira, 16 de setembro de 2009

LUZ VERMELHA

Eflúvios! Ondas! Correntes solares! Ó!
Mais uma vez vos admiro! Terno consolo...
Sentado ao despenhadeiro te fito, só,
Mas preenchido e enternecido sob o teu halo...

Nem santa, nem profana, nem humana, sideral!
Útero materno, sangue arterial, distinta
Mão que afaga, sobre mim estica a manta astral!
E me acalenta, me lembra o azul, a tinta

Cerúlea, violeta e marinho, tu és fogo,
O oceano o óleo, eu a tocha, num balé de flamas
Sou embebido em calor, neste torpor me afogo!

Envolve o mundo! Doba os raios sanguíneos, rubros,
A entranhar a esfera terrestre nas tuas chamas
Com róseos, enferrujados, trigueiros membros!

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