terça-feira, 11 de novembro de 2008

ANOMIA

No vago e vão, no sem luz, mas sem visão
Sem corpo, sem espaço, sem traço e função
Como envolto no âmnio materno

Depois nos ermos, ao sol, em evolução
Um tronco e quatro braços, mas da cisão
Elegíveis ao solo terno

Mas a palavra “terno”, qual mais dúbia...
“Sentimento”, “pensamento”, súplicas
Por um qualquer entendimento

Restrito, forçado pela fobia
De inexistência, críticas, réplicas
Ao nosso tal procedimento

De qualquer modo, a falta e a ausência
Contra tais, proclamações inflamadas
Contra a anomia, ressentimento

Por seu receio da negra desistência
Medo da loucura, tão transtornadas
Almas, inferno em desalento:

Um monstro para elas! Só que também
Grande e eficaz fusão entre razão e amor
Quando interminável o tormento...

Máquina em funcionamento! Nessa... Bem...
Sociedade, biosfera, mas com temor
A essas palavras entretanto

Se antes no vácuo, já hoje entre paredes
Vazias por dentro, sem cores nem sede
Por colorir o inexistente

E nenhuma compreensão, pois ninguém
Como pessoas, crentes n’outrem, n’alguém
Ao nosso agir indiferentes

Com olhar vetado... Tudo pressuposto...
À sabedoria, ao método, posto
Que todos mudos por covardia

Braços agarrados em sua afasia
E tão prolixos quanto esta poesia
Às refutas de que ainda um dia...

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