No vago e vão, no sem luz, mas sem visão
Sem corpo, sem espaço, sem traço e função
Como envolto no âmnio materno
Depois nos ermos, ao sol, em evolução
Um tronco e quatro braços, mas da cisão
Elegíveis ao solo terno
Mas a palavra “terno”, qual mais dúbia...
“Sentimento”, “pensamento”, súplicas
Por um qualquer entendimento
Restrito, forçado pela fobia
De inexistência, críticas, réplicas
Ao nosso tal procedimento
De qualquer modo, a falta e a ausência
Contra tais, proclamações inflamadas
Contra a anomia, ressentimento
Por seu receio da negra desistência
Medo da loucura, tão transtornadas
Almas, inferno em desalento:
Um monstro para elas! Só que também
Grande e eficaz fusão entre razão e amor
Quando interminável o tormento...
Máquina em funcionamento! Nessa... Bem...
Sociedade, biosfera, mas com temor
A essas palavras entretanto
Se antes no vácuo, já hoje entre paredes
Vazias por dentro, sem cores nem sede
Por colorir o inexistente
E nenhuma compreensão, pois ninguém
Como pessoas, crentes n’outrem, n’alguém
Ao nosso agir indiferentes
Com olhar vetado... Tudo pressuposto...
À sabedoria, ao método, posto
Que todos mudos por covardia
Braços agarrados em sua afasia
E tão prolixos quanto esta poesia
Às refutas de que ainda um dia...
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