O talo estala no hálito da chama
Enquanto rangem as paredes e o soalho
Na aura incandescente que o fogo emana.
No caos escuta-se da brasa o ralho
E um escarcéu de gritos das cortinas
E sedas agonizando em farfalho.
A escuridão se apodera dos cantos
E dos flancos e quinas cerca as flamas
Famintas e seu fumacê funesto.
As labaredas bafejam grosseiras
E audazes como a lava irrompe rude
Pelo couro da crosta cascalheira.
O sussuro cáustico sopra amiúde
O acinte funéreo ao pé do ouvido
Da carne a crispar-se no crisol que arde.
As fotos e quadros na cresta encrespam
As crassas resinas que derretendo
Em esculturas tenebrosas se estrepam.
O inferno voraz engole o antro que
Inflama agro no ardor acre de vulcão
Que desperto digere vila e bosque.
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